Mitos e verdades sobre o biogás
Mitos e verdades sobre o biogás
Blog do Cibiogas

O setor do biogás vem recebendo cada vez mais atenção em todo o mundo, com iniciativas públicas e privadas para ampliação da produção e consolidação do produto como um dos expoentes da economia verde.

Apesar disso, muito ainda precisa ser feito para explorar todo seu potencial – no Brasil, por exemplo, estima-se que apenas 2% são explorados. Por isso, difundir informações e conhecimento sobre o tema é fundamental para disseminá-lo.

Confira agora alguns mitos e verdades sobre o biogás: 

1) Os resíduos orgânicos utilizados no biodigestor podem ser de origem vegetal, produção animal, de atividades humanas ou vindos da indústria.

VERDADE. Folhas, palhas, restos de madeira, bagaço de cana, esterco, fezes, urina, lixo doméstico e resíduos industriais são alguns dos materiais utilizados para geração de biogás.

Bagaço de cana, esterco, fezes, urina, lixo doméstico e resíduos industriais são alguns dos principais materiais utilizados para geração de biogás.

Além disso, folhas, palhas e restos de madeira, apesar de serem materiais lignocelulósicos e necessitarem de pré-tratamentos específicos, também podem ser considerados para geração de biogás.

2) O uso de biodigestores reduz a poluição. 

VERDADE. Com ele, é possível fazer o reaproveitamento dos resíduos orgânicos, minimizando a emissão de gases poluentes na atmosfera.

3) O biogás passou a ser produzido recentemente.

MITO. O biogás foi descoberto no século 17, e passou a ser considerado uma fonte de energia a partir de uma demonstração da geração de biogás por meio de uma mistura de estrume e água, feita por Louis Pasteur, no século 19.

4) O biogás é uma mistura de todos os gases produzidos durante a decomposição de resíduos orgânicos.

VERDADE. Gás metano (CH4), gás carbônico (CO2), vapor de água (H2O), sulfeto de hidrogênio (H2S) e amônia (NH3), entre outros, compõem o biogás. 

5) Todo digestato obtido no final do processo de biodigestão anaeróbia pode ser usado como biofertilizante.

MITO. O digestato é um efluente rico em húmus e nutrientes. Normalmente, quando é obtido a partir de resíduos agrícolas, pode ser utilizado como biofertilizante, mas precisa estar de acordo com a legislação que permite o seu uso como fertilizante.

6) A instalação de um biodigestor tem baixo custo.

MITO. O projeto em si envolve alto investimento e uma infraestrutura específica, que inclui, por exemplo, bastante disponibilidade de água para a mistura e até a necessidade de uma fonte externa de calor para controle da temperatura. A viabilidade deve ser avaliada levando em conta esse investimento inicial, a economia e benefícios ambientais a longo prazo.

7) A decomposição dos resíduos orgânicos no biodigestor é simples e rápida.

MITO. A decomposição passa por várias fases: hidrólise (bactérias hidrolíticas atuam para dividir em pequenos pedaços as cadeias de carboidratos, proteínas e lipídios); acidogênese(compostos solúveis da fase anterior são fermentados em ácidos graxos voláteis, alcoóis, hidrogênio e CO2), acetanogênese (bactérias oxidam ácidos orgânicos como fonte de carbono, gerando ácido acético (CH3COOH), hidrogênio (H2) e dióxido de carbono (CO2); formação de fases metanogênicas (bactérias agem na decomposição dos produtos da acetanogênese, gerando metano).

8) A maioria do biogás produzido no Brasil é utilizada para geração de energia elétrica.

VERDADE. O uso do biogás para geração de energia elétrica é a principal aplicação energética realizada nas plantas de biogás brasileiras (87%). O aproveitamento térmico do biogás é feito em 11% das unidades em operação para utilidades como a queima em caldeira para produzir vapor, a secagem de grãos para produzir ração, o aquecimento de aviários e a secagem de lodo de esgoto. 

Unidades que utilizam o biogás para produzir energia mecânica para movimentar turbinas, por exemplo, somam seis plantas. Unidades que possuem sistema de purificação de biogás com geração de biometano para autoconsumo ou comercialização somam dez plantas, o que equivale a 1 % do total nacional.

9) As plantas de biogás de grande porte são maioria no Brasil.

MITO. As plantas de pequeno porte (com produção de 500 mil a 1 milhão de Nm³/ano) representam 79% das 755 plantas de biogás em funcionamento. Elas são responsáveis por 8% da produção total. Em 2021, as 595 plantas desse tipo produziram 178.337.233 Nm³, segundo o levantamento “Panorama do Biogás no Brasil”, produzido pelo CIBiogás.

Agora que você sabe um pouco mais sobre o assunto, que tal se aprofundar? Confira outros temas importantes no nosso blog.

 

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