Especial 1 ano de projeto: Termelétrica de Entre Rios do Oeste
Blog do Cibiogas

O biogás surge no mundo com uma proposta: contribuir com a boa gestão dos resíduos orgânicos e sólidos. Por isso, relembramos após um ano, o marco da instalação da usina termelétrica em Entre Rios do Oeste, Paraná. Da aprovação até o efetivo retorno do projeto, o CIBiogás firmou um compromisso com a cidade, que hoje, abastece diversos prédios públicos com energia derivada do biogás em Entre Rios do Oeste – PR. 

Com a modernização dos processos que envolvem a conversão do biogás para energia elétrica, térmica, mecânica e biometano, houve também a possibilidade de expandir essas fronteiras, incluindo o biogás de forma concreta no desenvolvimento sustentável da sociedade com grandes projetos. 

Os projetos que visam o aprimoramento do biogás de forma concreta e ampla, não auxiliam apenas no crescimento da consciência sustentável social, mas os benefícios econômicos e contribuições para o bem estar das pessoas, acaba sendo inevitável. Quando há menos poluição, consequentemente o aquecimento global há de mostrar uma melhora, pois teremos menos emissão de raios ultravioletas devido aos Gases de Efeito Estufa (GEE) e diminuição do acúmulo de lixo e resíduos sólidos nos aterros e propriedades rurais, respectivamente. 

Biogás e projetos: Entre Rios do Oeste

Com isso, destacamos a realização e o bom desempenho da primeira central termelétrica do Brasil, inaugurada no dia 24 de julho 2019. O projeto foi executado a partir da primeira chamada pública da Associação de Energia Elétrica (ANEEL) para projetos com biogás. Mas por que o projeto é tão inovador? Bem, além de prover uma boa gestão de resíduos na cidade, o projeto ainda é um modelo de negócios, ou seja, contribui para a movimentação da economia de Entre Rios, uma vez que os produtores obtêm um lucro pela energia gerada em 19 propriedades suinocultoras do município o que contabiliza cerca de 155 mil suínos, segundo a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (ADAPAR). Visto o crescimento econômico, a premissa do projeto se qualifica, e torna-se exemplo para aplicação semelhante em outros municípios do Paraná. O estímulo deste mercado, consequentemente amplia a necessidade de mão de obra, suprimentos, serviços especializados e fornecedores. A movimentação no setor devido a este tipo de execução é muito grande, o que traz inúmeros benefícios para todos os envolvidos. 

O que é a minicentral termelétrica?

Sabemos que boa parte da energia na cidade é gerada por meio de uma central termelétrica, mas o que define esta instalação? Uma usina termelétrica, funciona através do processamento e queima de resíduos renováveis ou não.A caldeira é aquecida com o vapor da água que com pressão, acaba movendo as pás da turbina do gerador. Essa eletricidade passa de um processo mecânico para um processo elétrica, que quando pronta, é levada aos transformadores por meio de cabos, e desta forma, a energia está pronta para ser consumida. No Brasil, essas usinas são uma boa opção, pois quando os recursos hídricos não são suficientes, as termelétricas, ao contrário, têm um bom desempenho. Em Entre Rios do Oeste a estrutura com dois motogeradores tem capacidade total de 480KW e transforma por dia 215 toneladas de resíduos em energia limpa para a cidade. A rede coletora conectada pelas unidades tem 22 quilômetros e é capaz de abastecer prédios públicos do município. Antes da alternativa proporcionada pelo projeto, os dejetos produzidos iam para a lavoura e os gases gerados tornavam-se poluidores ambientais.

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Dos parceiros à produção

Desde a proposta até a execução do projeto, diversos parceiros e fornecedores se aliaram a esta missão. Juntamente com o CIBiogás, o Parque Tecnológico de Itaipu (PTI) também contribuiu para a instalação da usina. A Copel, financiadora do projeto, investiu R$17 milhões para a realização. A 3DI, hoje uma das Associadas especiais do CIBiogás, também contribuiu efetivamente no construção do projeto. Ao total, 20 fornecedores se prepararam para auxiliar na execução da obra. 

Satisfação na energia

O município conta com cerca de 4 mil habitantes. Como as propriedades rurais tem grande potencial de produção de biogás e a cidade é a 4º maior produtora de suínos do estado do Paraná e 16º do Brasil o  foco do projeto se deu inicialmente na gestão dessas áreas, mas o objetivo é que em breve, toda população tenha acesso à energia produzida com o biogás local. Hoje, a estrutura é um exemplo para cidades de todo o Brasil, e continua tendo sucesso no tratamento de resíduos e geração de energia limpa. 

Resultados do projeto: 

  • Tratamento diário de  215 toneladas de resíduos; 
  • Produção de 4.600 m³/dia de biogás;
  • Renda ao suinocultor, que varia de acordo com a produção de biogás e porte da propriedade, podendo gerar até R$ 5.000,00 para os maiores produtores;
  • Geração de 3.000 MWh/ano de energia elétrica;
  • Consumo da Prefeitura: 158 MWh/mês (médio);
  • Solução para o problema ambiental da principal atividade econômica do município;
  • Revitalização da área onde está a Minicentral Termelétrica, com estrutura de rede elétrica e iluminação pública;
  • Até Setembro de 2020, o município obteve uma economia de R$ 604.505,26;
  • A média de economia mensal no período de Setembro de 2019 a Setembro de 2020 está em R$ 46.462,87;
  • O mês de Setembro apresentou a maior produção desde o início das operações com 113 MWh alcançando 70% de todo consumo de energia dos prédios públicos municipais.

Os dados apenas enfatizam os pontos positivos que o biogás causou em Entre Rios do Oeste. Claudinei Stein, presidente da Associação dos Produtores de Entre Rios, comenta que acompanhou desde o início o projeto, sempre soube que iria dar certo e que o CIBiogás esteve empenhado na busca legitimidade do mesmo evitando que os produtores e prefeitura não tivessem problemas futuros com a comercialização do biogás.

“Hoje, com mais de um ano de operação da central termelétrica, posso dizer que a produção de biogás nas granjas vem superando todas as expectativas, onde realmente tornamos um passivo ambiental em retorno financeiro para nós, sem contar que reduzimos praticamente à zero o mau cheiro do esterco, tendo um adubo natural de alta qualidade para nossas lavouras”.

Desenvolvimento do Paraná

Quanto ao desenvolvimento do estado, o Governador, Carlos Massa conta que essas iniciativas fazem parte do plano de governo paranaense, uma vez que a região tem grandes potenciais para a produção de energia proveniente do biogás.

“O estímulo à produção de energias alternativas é um compromisso do nosso plano de governo. Entendemos que um dos diferenciais competitivos do Paraná é o fornecimento de energia de qualidade. Assim, considero de extrema importância para o Estado a implantação deste projeto em Entre Rios do Oeste, que aproveita a biomassa da suinocultura” – Carlos Massa Ratinho Junior, Governador do Paraná. 

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