Biofertilizante da EnerDinBo, feito com dejetos de suínos, é o segredo do sucesso nos campos do clube
A segunda partida da final do Campeonato Paranaense foi disputada, na última quarta-feira (13), o Futebol Clube Cascavel acumula uma série de motivos que o ajudaram nos triunfos de 2021. Elenco, equipe técnica, diretoria e vários outros aspectos têm peso, mas um ponto merece destaque: a qualidade do gramado do Estádio Olímpico Regional Arnaldo Busatto, onde a equipe recebe os adversários, e dos centros de treinamento do profissional e da base do clube.
Paulo Antunes é o responsável pela grama verdinha, que serve de tapete aos espetáculos em campo. Com os 20 anos de experiência nesse trabalho, já havia testado diversas formas de manter o gramado em bom estado para jogos e treinos, mas se mostra impressionado com os resultados da aplicação do biofertilizante feito a partir de dejetos de suínos, doado pela EnerDinBo, usina híbrida de biogás e energia fotovoltaica, localizada em Ouro Verde do Oeste, Paraná. “Estou encantado com a qualidade da grama e com o quanto o trabalho foi otimizado com a aplicação”, relata.
Na usina, o trabalho no biodigestor, além do biogás, gera também o biofertilizante. “O biodigestor é abastecido com matéria orgânica, no nosso caso dejetos de suínos. Ali dentro ocorre a digestão anaeróbia, sem a presença de oxigênio e aí surge o biogás e o biofertilizante ou digestato”, descreve o diretor técnico da EnerDinBo, Thiago González. Além da doação ao FC Cascavel, a usina também repassa o biofertilizante aos produtores rurais parceiros, que têm usado o produto nas lavouras e também estão obtendo bons resultados.
Com o uso do biofertilizante, o solo ganha nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. “A adubação química aporta uma grande quantidade de nutrientes de uma só vez. Já com o nosso biofertilizante, a ação tem longa duração”, comenta Thiago. Outro benefício é a umidade gerada pela matéria orgânica.
Para o FC Cascavel, a aplicação tem proporcionado uma economia significativa de água no cotidiano, além de tranquilidade nos períodos de seca. “Só nos campos do centro de treinamento profissional, quando eu aplicava fertilizante químico, eu tinha que usar 60 mil litros de água por dia para irrigar. Depois que passamos a aplicar o digestato, esse número caiu para 40 mil litros e não preciso mais fazer o trabalho diariamente”, destaca.
O biofertilizante é líquido e a produção na usina é de 380 m³ por dia. Desde fevereiro deste ano, o time cascavelense já recebeu 39 cargas de 16 mil litros cada. Nesse período, nem mesmo as geadas, que castigaram a região no inverno, atrapalharam a vitalidade da grama. “Em uma semana conseguimos recuperar tudo! O produto é ideal para nosso tipo de clima. Eu não troco mais”, afirma Paulo.