A projeção faz parte do levantamento “Panorama do Biogás no Brasil”, produzido pelo CIBiogás, que indica que, no ano passado, 102 novas plantas começaram a operar(aumento de 16% em relação a 2020) e houve acréscimo de 10% no volume de biogás produzido – com 209 milhões Nm³ adicionais.
Em 2021, a soma da produção de todas as plantas do país chegou a 2,3 bilhões Nm³, mais que o dobro do resultado de 2017, mantendo o crescimento constante observado ano a ano – 1,12 bilhão Nm³ (2017), 1,37 bilhão Nm³ (2018), 1,77 bilhão Nm³ (2019) e 2,14 bilhões Nm³ (2020).
Das 811 plantas de biogás catalogadas no BiogasMap até 2021, 755 estavam em operação com aproveitamento energético (93%), 44 estavam em fase de implantação (5%) e 12 passavam por reformulação ou reforma (2%).
Em números absolutos, houve um crescimento de 20% em comparação ao ano anterior (675 plantas), mostrando que o mercado continua em fase de expansão.
“Esse aumento expressivo do mercado de biogás revela a força da alternativa no país e como isso influencia o desenvolvimento de novas ideias focadas na redução de emissões, mas também na necessidade de reorganizar os processos focados na gestão de resíduos”, destaca Rafael González, diretor-presidente do CIBiogás.
A Associação Brasileira de Biogás, estima um potencial teórico de produção de 84,6 bilhões Nm³/ano. Já o Programa de Energia para o Brasil (BEP), revela que a expectativa de potencial teórico de curto prazo atinge 10,8 bilhões Nm³/ano.
Os pequenos produtores – até 1 milhão de Nm³/ano – representam 79% das plantas de biogás e biometano em funcionamento no Brasil e são responsáveis por 8% da produção total do país.
Atualmente, são 109 plantas de médio porte, com produção anual entre 1 e 5 milhões de Nm³/ano, e 51 de grande porte, que produzem de 5 a 125 milhões de Nm³/ano. Elas são responsáveis por 10% e 82% da produção total, respectivamente.
O setor agropecuário foi responsável por 80% das plantas de biogás em operação no país em 2021. Os setores industrial e de saneamento contribuíram em 11% e 9%, respectivamente.
Em relação ao volume de biogás, o setor de saneamento foi responsável por 74% do total produzido, seguido pela indústria (16%) e agropecuária (10%).
Minas Gerais, com um total de 251 plantas (25 novas), e Paraná, com 159 (22 novas) lideram o ranking dos estados com mais plantas ativas, seguidos de Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso. No total, 20 estados já possuem plantas de biogás.
Em 2021, Santa Catarina e Goiás tiveram crescimento de 28% e 24% no número de plantas em operação, respectivamente, e foram registradas as primeiras unidades geradoras de biogás com aproveitamento energético em Alagoas e Rondônia.
A geração de energia elétrica foi a principal aplicação energética realizada nas plantas de biogás brasileiras, resultando no uso de 71% do volume de biogás produzido, e 87% das plantas tiveram como destinação o biogás para geração desse tipo de energia.
O aproveitamento térmico do biogás é feito em 11% das unidades em operação. Ele pode ser utilizado na queima em caldeira para produzir vapor, na secagem de grãos para produzir ração, no aquecimento de aviários e na secagem de lodo de esgoto. Em termos de volume, 7% do biogás produzido no ano passado teve como destino a geração de energia térmica.
Unidades que utilizam o biogás para produzir energia mecânica somam seis plantas, enquanto unidades que possuem sistema de purificação de biogás com geração de biometano para autoconsumo ou comercialização chegam a dez plantas, o equivalente a 1% do total de plantas do país. Entretanto, em termos de volume, elas correspondem a 23% do biogás produzido em 2021.