O fortalecimento da cadeia de biogás em todo o mundo se deve a uma série de fatores, e os benefícios ambientais são um dos principais motivos para o crescimento da produção e comercialização de biogás e biometano.
Por ser uma fonte renovável, produzida a partir da decomposição de matéria orgânica, o biogás e o biometano fazem parte de uma matriz de energia limpa e diminui a dependência de combustíveis fósseis, como o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Gás Natural (GN), Gás Natural Veicular (GNV), diesel e carvão.
O biogás pode se transformar em energia elétrica, térmica e em combustível para veículos leves e pesados, com menos impacto ao meio ambiente – o metano é um gás de efeito estufa 21 vezes mais nocivo do que o CO2.
Outra característica relevante é que o biogás é uma opção alternativa que ajuda a reduzir os impactos da gestão inadequada de resíduos, como matérias orgânicas de origem vegetal ou animal, desviando-os de aterros sanitários.
Dejetos e resíduos da atividade pecuária são um passivo ambiental em propriedades rurais, que podem se transformar em energia, passando a ser um ativo ambiental que contribui para economia na propriedade.
Hidrogênio de baixo carbono
E novas frentes surgem, como o hidrogênio de baixo carbono. Um dos processos que vem sendo desenvolvido para a obtenção do produto é a reforma do biogás e/ou biometano. O biogás é uma fonte limpa de energia que oferece muitos benefícios, pois é abundante no território brasileiro, 100% sustentável, fácil de armazenar e versátil, podendo ser transformado em eletricidade e combustíveis sintéticos.
O CIBiogás trabalha para o desenvolvimento do processo de reforma catalítica, que transforma o biogás e/ou biometano em gás de síntese, o qual é caracterizado como uma mistura gasosa de H2 e CO, que pode ser purificado em H2 ou aplicado em processos de obtenção de combustíveis sintéticos.
Hoje, existem quatro tipos de reformas catalítica disponíveis: a vapor, bi-reforma, tri-reforma ou reforma a seco . A escolha da tecnologia de reforma dependerá de aspectos como: razão entre CH4/CO2, volume de gás e finalidade da utilização do H2, entre outros fatores.
Biogás gerando energia térmica
Segundo a mais recente edição do Panorama do Biogás no Brasil, a produção de biogás em 2021 alcançou 2,8 bilhões de metros cúbicos, um crescimento de 21,3% em relação a 2021, com potencial para mais avanços, ampliando os impactos positivos no meio ambiente.
A energia térmica que provém do biogás, por exemplo, pode ser consumida para cocção, como fonte de chama para os fogões domésticos, aquecimento de água (chuveiro, torneiras) e aquecimento residencial.
Tudo isso sem prejudicar o meio ambiente, sendo possível, ainda, a sua substituição no uso industrial e na agropecuária, evitando o uso do carvão. Nessa situação, surge a oportunidade de preservação das florestas pela e minimização do desmatamento para a produção de lenha, além da ajuda para a redução do uso de produtos químicos para adubação no setor agrícola.
O digestato resultante do processamento da matéria orgânica também contribui para o aumento da produtividade das florestas energéticas, atuando como um condicionador de solos, oferecendo matéria orgânica, macro e micronutrientes que podem aumentar a produtividade de biomassa vegetal.
Outros benefícios do biogás e biometano
Econômicos
– Geração de empregos locais nas áreas técnica, de fabricação, construção e comércio;
– Desenvolvimento econômico gerando investimento em comunidades rurais;
– Criação de subprodutos a partir de resíduos, atuando como um multiplicador econômico.
Energéticos
– Geração de energia “despachável” ininterruptamente, com melhoria e suporte da infraestrutura local e qualidade da energia;
– Atualização para gás natural renovável para injeção na rede de gás natural, fornecendo energia renovável “verde”;
– Aproveitamento ao ser comprimido para uso como combustível de transporte, ou substituição direta de gás natural de origem fóssil no aquecimento doméstico, em processos industriais e comerciais.
Agrícolas
– A digestão anaeróbia de dejeto animal e resíduos orgânicos de alimentos proporciona segurança ao setor agrícola/alimentar;
– Implementação de práticas de gestão de nutrientes;
– Diversificação financeira e mitigação de riscos por meio da compensação de energia.
Todos esses benefícios ambientais, econômicos, energéticos e agrícolas gerados pelo investimento em biogás e biometano tendem a se intensificar com o crescimento da cadeia e melhoria da legislação.