O biogás na produção de energia elétrica
Biogás na produção de energia elétrica
Blog do Cibiogas

O biogás possui potencial para uma série de aplicações e, no Brasil, a principal delas é a geração de energia elétrica.

Segundo os dados mais recentes do Panorama do Biogás, relativos a 2021, 87% das plantas de biogás em operação (656 unidades) utilizaram essa fonte energética para tal finalidade, resultando no uso de 71% do volume de biogás (1,7 bi Nm³/ano) produzido para geração de energia elétrica.

Com capacidade instalada para 372 MWe, poderiam ser produzidos 2,9 TWh/ano de energia elétrica no Brasil, o suficiente para abastecer mais de um milhão de residências.

A conversão de resíduo para a produção de biogás ocorre por meio de um processo de combustão. Após digestão anaeróbia dos resíduos feita por um biodigestor, a decomposição da energia química que gera o gás é transformada em energia mecânica, que acaba por ativar um gerador, que permite a produção de energia elétrica. 

O biogás é uma solução sustentável e alinhada ao conceito de economia circular, transformando um passivo ambiental em um ativo energético. Nas áreas rurais, há um grande potencial de produção de biogás, possibilitando melhoria na qualidade de vida e gerando renda para os produtores. 

Características das unidades de biogás

Essas plantas de biogás encontram-se no mercado regulado (Ambiente de Contratação Regulada – ACR), no mercado livre (Ambiente de Contratação Livre – ACL) e em sistemas isolados (off grid).

Em relação à representatividade, por conta da simplicidade no processo de conexão (em relação às demais opções no mercado), a maior parte das plantas encontra-se atrelada ao sistema de compensação de energia (net metering).

Além disso, existe a opção de operação isolada. Dessa forma, muitas plantas que operam neste regime não possuem registro de cadastro no sistema de geração da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Os cinco estados que contaram com o maior número de plantas de biogás em operação em 2021 foram: Minas Gerais, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso.

Minas Gerais permaneceu sendo destaque no quesito número de plantas. Segundo o levantamento, o estado conta com 251 unidades em operação, ou seja, 33% do total nacional. Entretanto, em termos de volume de biogás e seu equivalente energético, essas unidades respondem por 9% do volume total produzido, correspondendo a 210 milhões Nm³/ano.

O Paraná ocupa a segunda posição no ranking com 159 plantas em operação, o que corresponde a 21% do total nacional. Em termos de volume de biogás, o estado produziu o equivalente a 253 milhões Nm³/ano em 2021.

Goiás e Santa Catarina contabilizaram 64 e 63 plantas de biogás, respectivamente. Em Santa Catarina, houve um aumento de 46% no volume de biogás produzido enquanto Goiás registrou um incremento de 37% na produção, em relação ao ano anterior.

Energia térmica e biometano

Além da energia elétrica, o aproveitamento térmico do biogás é feito em 11% das unidades em operação para as mais diversas utilidades. Alguns exemplos são a queima em caldeira para produzir vapor, a secagem de grãos para produzir ração, o aquecimento de aviários e a secagem de lodo de esgoto.

Em termos de volume, aproximadamente 7% do biogás produzido em 2021 teve como destino a geração de energia térmica. Unidades que utilizam o biogás para produzir energia mecânica para movimentar turbinas, por exemplo, somam seis plantas, ou seja, 1% do total nacional. Tais plantas correspondem a 0,3% do biogás produzido em 2021.

Unidades que possuem sistema de purificação de biogás com geração de biometano para autoconsumo ou comercialização somam 10 plantas, o que equivale a 1 % do total nacional. Entretanto, tais plantas correspondem a 23% do volume total de biogás produzido em 2021.

Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), em 2021 havia quatro usinas autorizadas a produzir e comercializar biometano no país e duas em processo de autorização. A produção de biometano para fins comerciais é regulamentada pela ANP.

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