O biogás e o biometano na COP 27
O biogás e o biometano na COP 27
Blog do Cibiogas

O biogás e o biometano tiveram destaque em debates na COP 27 – Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, realizada em novembro no Egito, com a participação de mais de 200 países.

O CIBiogás foi representado por meio de associados, clientes e parceiros, sendo citado em apresentações da Itaipu Binacional, Ministério do Meio Ambiente, CNI, Portos Paranaguá, Petrobras, GIZ (parceria Brasil-Alemanha), empresas do agronegócio e federações de indústrias, entre outras.

O biogás ganha relevância devido às grandes marcas que tem utilizado projetos, informações e estudos do CIBiogás em suas estratégias de sustentabilidade, contribuindo para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Durante o evento, o governo brasileiro mostrou iniciativas como o Programa Nacional de Redução de Emissões Metano Zero, que tem o objetivo de fomentar a estruturação do setor, com foco exclusivo em resíduos orgânicos dos setores de suínos, aves, laticínios, cana-de-açúcar e aterros sanitários, podendo reduzir em mais de 30% das emissões totais de metano do Brasil. 

A meta é diminuir o uso e importação de combustíveis fósseis a partir do biometano, que tem um potencial de economizar quase US$ 10 bilhões apenas com a substituição do diesel por essa fonte de energia. O programa tem previsão de R$60 bilhões em investimentos nos próximos anos.

Biocombustíveis

Em transmissão simultânea de Brasília para a sede do evento, o diretor do Departamento de Biocombustíveis do MME (Ministério de Minas e Energia), Fábio Vinhado, destacou o protagonismo brasileiro em relação aos biocombustíveis.

“Hoje, somos o segundo maior produtor mundial de etanol e o terceiro de biodiesel. Nossa matriz de combustíveis de veículos leves é de cerca de 40%. Temos 357 usinas de etanol autorizadas, produzindo etanol tanto de cana quanto de milho, para abastecer esse enorme mercado que temos hoje. É o combustível do futuro”, disse.

Segundo o diretor do MME, o Brasil tem potencial de chegar, em 2031, a cerca de 7 bilhões de metros cúbicos de produção de biogás como resíduo energético.

Outro destaque foi para o potencial brasileiro de ser um grande fornecedor de biocombustível de aviação. Levantamento recente da Roundtable on Sustainable Biomaterials (Mesa Redonda sobre Biomateriais Sustentáveis) apontou que o país pode produzir até 9 bilhões de litros de combustível sustentável de aviação (SAF).

Biometano no modal rodoviário

 A CNT (Confederação Nacional do Transporte) esteve presente a convite do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e apresentou a publicação “Biometano – Uma alternativa limpa para o modal rodoviário”, no painel Programa Metano Zero, no estande do Ministério na COP27.

O estudo mostra que as emissões de veículos movidos por biometano são menores em comparação com veículos do ciclo diesel e gás natural. A média geral de diminuição de emissão é de 64%, com destaque para o percentual de redução de ônibus, que foi de 75% em relação ao diesel. A publicação destaca ainda montadoras instaladas no país que já possuem tecnologia para produzir veículos aptos a receber esse tipo de combustível.

Crescimento do setor

Segundo a Abiogás (Associação Brasileira do Biogás), 27 novas plantas de biogás para geração de energia elétrica foram construídas no país em 2022, adicionando 12,6 MW aos 300 MW de capacidade instalada.

Se em 2015 a potência instalada de energia solar no país era de 45 MW, em 2021 ela alcançou 13,8 mil MW. No caso do biogás, a previsão da Abiogás é de que R$ 200 milhões sejam investidos no setor até 2024, um acréscimo de 17,4 MW à capacidade já instalada no país.

Tags: , ,