A produção de biogás dá um fim rentável e sustentável aos resíduos da sua criação de suínos, além de reduzir os custos operacionais com energia, gerar fertilizante orgânico e abrir novas oportunidades de negócios. Encontre aqui informações essenciais para a integração do biogás à suinocultura. Para apoiar o seu negócio, vamos responder às seguintes perguntas recorrentes nesse setor, oferecendo dados e soluções:
1) Qual a situação atual do biogás na suinocultura do sul do Brasil?
2) Quais as perspectivas para o produtor de biogás nesse setor?
3) Quais as perspectivas para a cadeia de fornecimento desse setor?
4) Como posso calcular o potencial de biogás da minha propriedade?
5) Qual o melhor modelo de negócio para a integração do biogás à minha suinocultura?
6) Quais cases de sucesso podemos usar como inspiração prática?
7) Quais os benefíciosdo biogás para a minha propriedade?
8) Como o biogás pode impactar na competitividade do negócio?
9) Qual a viabilidade técnica e financeira de projetos de biogás na suinocultura?
Navegue pelos nossos tópicos, e tenha acesso a ferramentas digitais, notas técnicas e outros facilitadores oferecidos pelo Projeto GEF Biogás Brasil. O Projeto é liderado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), implementado pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO), financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e conta com o CIBiogás como principal entidade executora.
NOTAS TÉCNICAS E RELATÓRIOS USADOS COMO FONTES |
Nota Técnica: Manejo de carcaças suínas: aproveitamento por meio da digestão anaeróbia |
Panorama e potencial de crescimento da produção de biogás e biometano no Sul do Brasil |
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Panorama de tecnologias aplicadas no agronegócio de biogás e biometano |
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Relatório de mapeamento de substratos e conversão energética do sul do Brasil |
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WEBINARS E VÍDEOS RECOMENDADOS |
“Webinar especial: Biometano nas cadeias produtivas de suínos e aves” (Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano) |
Webinar: “Biogás, conheça quem faz: Projetos com resíduos da suinocultura”(ABiogás) |
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FERRAMENTAS DIGITAIS RECOMENDADAS |
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Página da PiBiogás |
1) Qual a situação atual do biogás na suinocultura do sul do Brasil?
Segundo o Panorama do Biogás no Brasil (2022), a agropecuária (que inclui a criação de animais como aves, bovinos e suínos, dentre outros) é responsável por 80% das plantas de biogás em operação no Brasil, produzindo cerca de 240,6 milhões de Nm³/ano de biogás (10% da produção total do país).
A maior parcela da produção de biogás de resíduos da agropecuária é proveniente de plantas de pequeno porte (92% das plantas) que concentram 65% da produção da categoria.
Do total de plantas de biogás da agropecuária que se encontram em operação,31,5% das plantas estão concentradas na região sul do Brasil,produzindo70,6 milhões de Nm³/ano de biogás.
Os estados do sul do Brasil possuem grande potencial de produção de biogás a partir de resíduos da suinocultura. Segundo o Relatório de mapeamento de substratos e conversão energética do sul do Brasil (2020), a suinocultura tem potencial de produção de 890,8 milhões Nm³/ano, tendo a capacidade de gerar 1,8 mil GWh/ano de energia elétrica, podendo abastecer 700 mil residências ou suprir 6% da demanda rural do país.
De forma geral, os três estados do sul acumulam um potencial de quase 3 bilhões de Nm³/ano de biogás, a partir de substratos da suinocultura, bovinocultura, avicultura, unidades de processamento de mandioca, laticínios, abatedouros,cervejarias e usinas sucro energéticas. De forma análoga a realidade nacional, a Região Sul explora apenas 5,1% (cerca de 150,8 milhões Nm³/ano) do potencial de produção de biogás que possui, evidenciando a capacidade de expansão no que tange ao aproveitamento deste energético.
Segundo o Panorama de tecnologias aplicadas no agronegócio de biogás e biometano (2019), a maioria das plantas consultadas na região sul do Brasil que utilizam o substrato da suinocultura para produção de biogás utilizam sistemas de pré-tratamento físico da biomassa, biodigestores do tipo lagoa coberta e destinam a maior parcela do biogás produzido para geração de energia elétrica.
PERFIL DA SUINOCULTURA NO SUL DO BRASIL |
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PRÉ-TRATAMENTO DO SUBSTRATO
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PRÉ-TRATAMENTO FÍSICO |
MODELO DE BIODIGESTOR |
85% LAGOA COBERTA 4% CSTR 11% LAGOA COBERTA COM MISTURA COMPLETA |
SISTEMA DE AGITAÇÃO DO BIODIGESTOR
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AGITAÇÃO HIDRÁULICA |
APROVEITAMENTO DO BIOGÁS |
28% PARA ENERGIA ELÉTRICA 5% PARA ENERGIA TÉRMICA 3% PARA ENERGIA MECÂNICA |
A conversão energética do biogás em energia elétrica é a principal aplicação do biogás nas plantas do sul do Brasil. Esse processo ocorre em 41%do total de unidades, com incidência maior na suinocultura (28%). Já entre as plantas conectadas em Geração Distribuída, 64% operam com substrato de efluente de suinocultura.
A suinocultura está entre as maiores demandantes de energia térmica. Já a energia mecânica do biogás, utilizada em motobombas para bombeamento de digestato para fertirrigação em lavouras e pastagens, foi observada em apenas 5%das unidades da região, com maior incidência na suinocultura (3%).
As plantas de biogás da Região Sul que utilizam efluente de suinocultura são as que mais contrataram linhas de crédito para implantação de suas unidades (60% das plantas analisadas). Ou seja, a maioria das unidades de produção com uso do efluente de suinocultura precisou buscar recursos externos para investir nas plantas de biogás.
2) Quais as perspectivas para o produtor de biogás nesse setor?
Atualmente, a gestão de resíduos da suinocultura é uma fonte de despesas para a maioria das propriedades. A produção de biogás inverte esse quadro negativo, transformando esses resíduos em ativos econômicos.
A produção de biogás por meio da biodigestão transforma os dejetos em uma fonte de redução de custos de produção, sustentabilidade energética e ambiental, e até mesmo de geração de novas receitas.
A geração de energia elétrica, por exemplo, amplia a segurança energética das propriedades e evita custos com energia. Ao integrar-se a cooperativas de energia, também pode reduzir a necessidade de investimentos e custos operacionais. Além disso, o digestato – gerado pelo processo de biodigestão – apresenta-se como produto para aplicação agronômica, de baixa carga orgânica e com grande concentração dos nutrientes Nitrogênio e Fósforo, podendo ser usado como fertilizante em plantações.
A perspectiva, em resumo, concentra-se em transformar seu passivo ambiental em ativo energético e de valor agronômico.
3) Quais as perspectivas para a cadeia de fornecimento desse setor?
A cadeia de suprimentos para projetos de biogás em propriedades de suinocultura é bastante difundida na região sul do Brasil. Apesar disso, ainda são poucos os fornecedores com capacidade técnica para entregar soluções eficientes para a produção de biogás.
Outro ponto de destaque é que ainda há um número reduzido de empresas que atuam integrando tecnologias, ou seja, poucas empresas que oferecem a solução “chave na mão”. Em um horizonte de médio prazo, favorecer o crescimento de integradores neste setor é crucial, pois acelera o desenvolvimento de projetos.
Outro ponto que requer desenvolvimento é a regulamentação de tecnologias de transporte, processamento e sanitização de animais mortos não abatidos. As melhorias sugeridas passam por uma atuação conjunta de integradoras (cooperativas), fornecedores de equipamentos e órgãos de inspeção sanitária dos respectivos estados.
4) Como posso calcular o potencial de biogás da minha propriedade?
O potencial de produção de biogás da suinocultura é influenciado por diversos fatores, como a fase de criação dos suínos (creche, terminação, ciclo completo ou matrizes, por exemplo), a forma de manejo dos dejetos (sistema de grelhas ou lâmina d’água, por exemplo), o tipo de biodigestor utilizado para digestão anaeróbia dos resíduos, dentre outros.
A calculadora de biogás BiogásFORT, desenvolvida pela Embrapa Suínos e Aves, auxilia na determinação do potencial teórico de biogás para diferentes tipos de criação de suínos, levando em consideração o número de animais da criação.
5) Qual o melhor modelo de negócio para a integração do biogás à minha
suinocultura?
Partindo do pressuposto de que cada criação tem suas características específicas de produção, que diferem na quantidade e na qualidade dos resíduos gerados, o melhor modelo de negócio a ser integrado é aquele que se adequa às condições da sua propriedade e que possibilita utilizar os subprodutos advindos da biodigestão anaeróbia. O melhor modelo de negócios também depende da viabilidade econômica da sua propriedade para a instalação e manutenção de uma planta de biogás.
Entre as opções, podemos destacar para o setor de suinocultura a utilização do biogás para gerar energia térmica para aquecer os animais, aquecer a água de lavagem das instalações e para o uso em caldeiras de fábrica de rações.
Esse sistema também possibilita a obtenção de energia elétrica para ser inserida na rede distribuída, atribuindo ao empreendedor créditos junto às distribuidoras de energia e reduzindo custos mensais.
A obtenção de biofertilizantes para uso nas áreas em torno da propriedade também é uma opção interessante.
6) Quais cases de sucesso podemos usar como inspiração prática?
Minicentral Termelétrica de Biogás
O Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D – ANEEL) implantado no município de Entre Rios do Oeste (PR) e patrocinado pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL) é um exemplo de caminho inovador para o biogás de suinocultura.
Esse projeto prevê o aproveitamento energético do biogás produzido coletivamente a partir da biomassa oriunda da suinocultura – que é a atividade econômica predominante no município – de propriedades locais para a geração de energia elétrica.
Toda energia gerada é utilizada para compensar a demanda dos prédios públicos do município. O valor evitado nas tarifas de energia passa a remunerar os produtores pela venda de biogás.
As propriedades rurais responsáveis pela produção de biogás são conectadas a uma rede coletora de 20,6 quilômetros que transporta o biogás até uma Minicentral Termelétrica de 480kW de potência instalada com dois grupos motogeradores. Nesta central, o biogás é destinado para geração de energia elétrica que, por sua vez, abastece mais de 40 prédios públicos do município.
Principais resultados do projeto:
Projeto Piloto de Microgrid na Região Oeste do Paraná
O “Projeto Piloto de Microgrid na Região Oeste do Paraná”, fomentado pela Itaipu Binacional, tendo como principais executores o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás) e a Fundação Parque Tecnológico Itaipu (PTI), com apoio da COPEL, objetivou implantar e monitorar uma unidade piloto de microrrede, estabelecida em São Miguel do Iguaçu (município localizado na região Oeste do estado do Paraná), na Granja São Pedro – Colombari.
A Granja São Pedro – Colombari produz 770 m³/dia de biogás que são convertidos em 32 MWh/mês de energia elétrica a partir da digestão anaeróbia de resíduos provenientes de 5 mil suínos de terminação. A Granja é a unidade consumidora detentora da geração de energia elétrica da microrrede e, junto a esta, são atendidas 03 unidades consumidoras distintas.
Benefícios do projeto:
7) Quais os benefícios do biogás para a minha propriedade?
8) Como o biogás pode impactar na competitividade do negócio?
O biogás impacta positivamente na competividade da sua agroindústria reduzindo custos de destinação de resíduos, pois a biomassa tona-se matéria-prima. Também cria fontes de receitas adicionais para a empresa que investir nessa tecnologia.
A geração do biogás nas propriedades pode ser considerada uma ação prática do conceito ESG (Environmental, Social and Governance), pois, além de transformar um passivo ambiental em ativo econômico, o biogás atrai novos investimentos para as empresas, aumentando, assim, a competitividade no setor.
A transformação do atual modelo econômico baseado na utilização de fontes fósseis é, atualmente, um dos principais desafios no Brasil e no mundo. A transição energética para o desenvolvimento de baixo carbono por meio de uma economia circular envolve uma produção de energia mais favorável ao meio ambiente.
9) Qual a viabilidade técnica e financeira de projetos de biogás na
suinocultura?
Projetos de suinocultura em terminação geralmente possuem atratividade financeira quando a propriedade possui porte próximo a 5 mil suínos.
A aplicação energética que apresenta melhor desempenho atualmente é a geração de eletricidade, pois a produção de biometano ainda requer maiores escalas para viabilização.
O investimento para uma propriedade com este porte fica entre 700 e 950 mil reais, com um payback estimado de 6 a 10 anos.
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