Comparativo entre o biometano e outros combustíveis renováveis
Blog do Cibiogas

O biometano é um dos produtos com maior potencial para substituição de combustíveis fósseis. E em um comparativo com outros combustíveis renováveis, ele também se destaca pela sustentabilidade.

Obtido no refinamento e processamento do biogás originado a partir da digestão anaeróbia de matéria orgânica, o biometano ainda é pouco utilizado na indústria automobilística, por exemplo, mas tem tudo para aumentar sua participação no mercado, em razão de suas vantagens.

O biometano já é utilizado no abastecimento de veículos leves e pesados, em substituição a combustíveis poluentes como gasolina, diesel, GLP (gás liquefeito de petróleo), óleo combustível e gás natural.

Em relação a opções não renováveis, seus benefícios são variados. Ele pode abastecer veículos com kit de GNV (gás natural veicular), com redução de até 90% das emissões de poluentes, em comparação com a gasolina. Sua eficiência também pode chegar a até 30% mais que o etanol.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), 117 milhões de toneladas de CO2 equivalente foram evitadas até janeiro de 2024 no país por meio do Programa RenovaBio, criado em 2017. Estudos mostram que a utilização do biometano no transporte rodoviário pode reduzir até 96% das emissões de carbono.

Etanol e biodiesel

Mas como o biometano se sai na comparação com outros biocombustíveis, como etanol e biodiesel?

Utilizado há décadas no Brasil como combustível automotivo, o etanol é obtido por meio da fermentação controlada e destilação de resíduos de cana-de-açúcar. O etanol é considerado uma substância limpa, menos poluente que a gasolina, e disputa o mercado nacional.

Já o biodiesel, é produzido a partir de fontes como óleo vegetal, de girassol, mamona, soja ou gordura animal. Cada vez mais utilizado no setor de transportes, especialmente em veículos pesados, ele é biodegradável e tem baixo teor poluente, mas não pode ser utilizado puro; precisa ser adicionado ao diesel e corresponde 14% da composição desse biocombustível, que chega às bombas dos postos. Outro problema é a necessidade de manutenção mais frequente nos veículos, devido à sua menor durabilidade.

Segundo a direção de combustível da AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), o biometano é o biocombustível mais eficiente, junto com o E2G (etanol de segunda geração). O etanol de primeira geração, o óleo vegetal hidrotratado e o biodiesel completam o top 5 da sustentabilidade.

Crescimento do biometano no Brasil

O poder público tem debatido incentivos ao setor. A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei dos “combustíveis do futuro” (PL 528/20), que cria programas nacionais de biometano, diesel verde e combustível sustentável para aviação. A proposta está atualmente sendo apreciada pelo Senado.

Já o PL 4516/2023 prevê a implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Biometano e estabelece a obrigatoriedade da participação do produto na matriz energética brasileira.

A nova lei determina a comprovação da redução de emissões de gases de efeito estufa por parte de produtores e importadores por meio da compra e consumo de biometano, ou compra de certificados de garantia de origem de biometano (CGOB). O Programa estabelece percentuais de redução de GEE que podem variar de 1% a 10% conforme decisão do CNPE (Conselho Nacional de Política Energética).

O país tem 50 plantas de biometano cadastradas no Biogásmap, e a taxa de crescimento anual composta (compound annual growth rate) do volume produzido por elas foi de 27,8%.  Atualmente, são produzidos 580 mi Nm³/ano. São 23 plantas em operação, seis autorizadas pela ANP e outras 21 em processo de autorização pela agência.

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