O mercado de biogás vem crescendo a cada ano no país. Investimento em pesquisas, desenvolvimento tecnológico, políticas públicas de incentivo e a conscientização sobre a necessidade de busca de fontes de geração de energia limpa são alguns dos fatores que ampliam as possibilidades de mercado para esse recurso natural.
O biogás também contribui com a agricultura sustentável, graças a seu potencial para a produção de biofertilizantes, uma fonte renovável, resultante do tratamento de resíduos orgânicos.
O uso de biodigestores permite a produção de biogás e de digestato a partir da biodigestão anaeróbia (processamento da matéria orgânica de origem vegetal ou animal que resulta na geração de um gás capaz de produzir energia). O efluente da digestão anaeróbia da biomassa residual possibilita a produção de biofertilizante, contribuindo para redução da dependência de fertilizantes químicos.
Atualmente, a energia térmica que provém do biogás pode ser consumida para cocção, como fonte de chama para os fogões domésticos, aquecimento de água e aquecimento residencial.
É possível também a sua substituição no uso industrial e na agropecuária, evitando o uso do carvão. Nesse caso, apresenta-se a oportunidade de preservação das florestas energéticas pela produção de biofertilizantes a partir da biomassa e diminuição do desmatamento para a produção de lenha.
O digestato atua como um condicionador de solos, oferecendo matéria orgânica, macro e micronutrientes que podem aumentar a produtividade de biomassa vegetal. O biogás substitui a lenha, as caldeiras e fornos que precisam do uso desse material. Para suprir essas necessidades, os equipamentos são adaptados para o uso de gás.
Essa ação permite aprimorar o ciclo da reciclagem dos nutrientes e do carbono, reduzindo emissões de gases do efeito estufa. Graças a ela, os resíduos orgânicos contribuem para a promoção de uma economia circular, benéfica ao meio ambiente.
Com a redução de consumo de fertilizantes químicos, a lavoura e a pecuária têm vantagens, como o aumento da disponibilidade de potássio e nutrientes como o nitrogênio, além de corrigir o pH do solo. O biofertilizante também funciona como um defensivo agrícola, para combater pragas e doenças.
Não poluente, ele favorece a multiplicação de microorganismos, fortalecendo o solo e melhorado a penetração do ar na terra. Usado com controle, respeitando os limites definidos pela legislação ambiental para aplicação no solo, as características de cada produto agrícola e avaliando a disponibilidade de nutrientes no digestato, não há risco de prejudicar o solo e causar desequilíbrios.
A produção de biogás no Brasil deve atingir novo recorde até o final de 2022, com a estimativa de pelo menos 2,8 bilhões de Nm³ até o final do ano.
Em 2021, 102 novas plantas começaram a funcionar e houve acréscimo de 10% no volume de biogás produzido – com 209 milhões Nm³ extras.
Os pequenos produtores representam 79% das 755 plantas de biogás em funcionamento e são responsáveis por 8% da produção total.
As plantas classificadas como de pequeno porte produzem de 500 mil a 1 milhão de Nm³/ano. Em 2021, as 595 plantas desse tipo produziram 178.337.233 Nm³, indicando o potencial da atividade na agropecuária.
O setor envolve atividades de criação de animais (aves, suínos, bovinos e caprinos, entre outros) e o aproveitamento de substratos como esterco, efluente proveniente do manejo dos dejetos, restos de ração e carcaça de animais mortos não abatidos.