Como a transição energética impacta as mudanças climáticas?
Blog do Cibiogas

Os combustíveis fósseis, oriundos de fontes não renováveis, são grandes vilões do aumento da poluição atmosférica, impactando diretamente nas mudanças climáticas. Nesse contexto, a transição energética para utilização de fontes “limpas”, como o biogás e o biometano, surge como uma alternativa importante para melhorar o cenário.

O biogás é uma fonte renovável que, aos poucos, vem substituindo combustíveis fósseis como o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), Gás Natural (GN), Gás Natural Veicular (GNV), diesel e carvão.

A busca pela segurança energética e o movimento de nações pela mitigação das mudanças climáticas realçam ainda mais a importância de fontes renováveis de energia, no caminho para um sistema de carbono zero na matriz energética global e brasileira.

O biogás e o biometano são protagonistas do processo de valorização de uma matriz de energia limpa, oferecendo uma série de benefícios:

– Auxiliam na economia de recursos naturais;

– O biogás pode se transformar em energia elétrica, térmica e em combustível para veículos leves e pesados; 

– Poluem menos que os combustíveis fósseis (o metano é um gás de efeito estufa 21 vezes mais nocivo do que o CO2);

– Ajudam a reduzir os impactos da gestão inadequada de resíduos, como matérias orgânicas de origem vegetal ou animal, desviando-os de aterros sanitários;

– Transformam dejetos e resíduos da atividade pecuária em um ativo ambiental que contribui para economia nas propriedades rurais;

– Induzem o desenvolvimento econômico local sustentável, com a geração de empregos nas áreas técnicas, de fabricação, construção e comércio, além da conscientização da comunidade;

 – Diversificam a economia e mitigam riscos por meio da compensação de energia nas regiões agrícolas, assim como geração de segurança alimentar e implementação de práticas de gestão de nutrientes.

Por que o biogás é o futuro?

Recém-lançado pelo CIBiogás, o estudo Panorama do Biogás no Brasil 2022 mostra o cenário atual do setor e estimativas otimistas para os próximos anos.

Em 2022, 114 novas plantas de biogás iniciaram sua operação, representando um aumento de 15% no número de plantas e um acréscimo de 22% do volume de biogás (+529 milhões Nm³/ano).

A produção atual é de 2,8 bi Nm³/ano, mas o potencial estimado em curto prazo é de 10,8 bi Nm³/ano. Para o longo prazo, a perspectiva é de 84,6 bi Nm³/ano.

O país conta com 936 plantas de biogás que realizam aproveitamento energético. Destas, 885 encontram-se em operação (95%), 38 estão em implantação (4%) e 13 em reformulação ou reforma (1%).

O crescimento do setor é tido como vital para o setor energético global, que ainda se recupera das consequências da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia. Além disso, a escassez de recursos encarece as matérias-primas, gerando impactos de preço e prazos de fornecimento de equipamentos e insumos.

As novas tecnologias também impulsionam o setor. Um dos processos desenvolvidos para a obtenção do hidrogênio de baixo carbono é a reforma do biogás e/ou biometano. O CIBiogás trabalha para o desenvolvimento do processo de reforma catalítica, que transforma o biogás e/ou biometano em gás de síntese, o qual é caracterizado como uma mistura gasosa de H2 e CO, que pode ser purificado em H2 ou aplicado em processos de obtenção de combustíveis sintéticos.

São iniciativas como essa que trazem esperança de uma verdadeira transição energética, que traga benefícios ambientais, econômicos e sociais.