O que o biogás tem a ver com mobilidade? Para abordar com detalhes o tema, o CIBiogás preparou um e-book sobre como a produção de combustíveis sustentáveis a partir de biogás pode contribuir para uma economia de baixo carbono. Segundo estudo lançado pelo Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA), os automóveis são responsáveis por cerca de 60% de toda a emissão de gases do efeito estufa nas grandes capitais do Brasil.

Com o avanço da pauta climática, os debates sobre a necessidade de desenvolvimento de combustíveis limpos advindos de fontes renováveis e com reduzida pegada de carbono se intensificaram e colocaram o biogás em destaque.

Fonte renovável de energia, ele pode ampliar o portfólio dos chamados “combustíveis verdes”, como a gasolina verde, diesel verde, bioquerosene de aviação e biometanol. Todos eles contribuem para a descarbonização da matriz energética brasileira e para redução dos custos ambientais de transporte e logística.

O material especial mostra que a conversão do biogás e biometano em combustíveis líquidos é possível a partir da integração de processos como a Reforma a Vapor (RV), Reforma a Seco (RS), Bi-reforma e a Tri-reforma, que proporcionam o seu completo aproveitamento, seja ele de cunho energético ou industrial.

Os hidrocarbonetos mais usuais no setor de mobilidade, como a gasolina, diesel e querosene de aviação, são todos obtidos pela mesma rota
tecnológica que integra a reforma catalítica do biogás ou biometano com a posterior conversão do gás de síntese em biocrude, via reação de FT.

O e-book do CIBiogás reúne informações detalhadas sobre o potencial do biogás para produção de bioquerosene de aviação (BIOQAV), diesel, gasolina, metanol, biometano liquefeito e hidrogênio verde.

Independentemente da rota tecnológica, é importante ressaltar que a biomassa residual é o ponto de partida para a produção de combustíveis avançados, e seus produtos, biogás e biometano, são os protagonistas em ambos os processos, colocando a cadeia de biogás em evidência e fortalecendo o setor em expansão.

Mobilidade Elétrica

No Brasil, segundo o Balanço Energético Nacional de 2022 da EPE, o setor de transportes é o maior consumidor de energia (32,5% da demanda brasileira), sendo também o setor que mais emite gases de efeito estufa (GEE).

O material especial do CIBiogás ressalta que a eletrificação do transporte representa um importante marco para a redução da dependência de combustíveis fósseis para o aumento de investimentos em fontes renováveis, geração distribuída e infraestrutura para mobilidade elétrica, contribuindo com o cumprimento das metas de descarbonização globais.

O biogás, uma energia renovável, firme e despachável, se destaca nesse contexto com grande potencial de contribuir para expansão desse mercado.

Descarbonizando a aviação

O e-book lembra que um dos desdobramentos das metas de descarbonização fixadas no Acordo de Paris de 2015 foi a efetivação em 2016 do Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation – CORSIA, um acordo climático firmado entre agentes do setor de aviação civil e o ICAO para mitigar os efeitos das mudanças climáticas em um Programa constituído de uma fase piloto e duas fases de implementação que provê metas para a descarbonização da aviação e orienta os países a buscarem a redução total das emissões do setor até 2050.

O Brasil participará da fase 2 do CORSIA (Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation), acordo climático que prevê, a partir de 2027, a manutenção das emissões limitadas ao nível de referência, por meio da compensação das emissões que ultrapassarem a linha meta obrigatória através da compra de créditos de carbono ou substituição dos combustíveis fósseis por combustíveis sustentáveis.

O CIBiogás está envolvido no projeto ProQR – Promovendo Combustíveis Alternativos sem Impactos Climático, financiado pela Agência Técnica de Cooperação Alemã GIZ (Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH), em iniciativa que será implantada no Paraná e contará com investimentos de aproximadamente R$ 9 milhões.

Confira mais detalhes no e-book Biogás& Mobilidade.