Arranjos coletivos para produção de biogás – como funcionam?
Blog do Cibiogas

A articulação de arranjos coletivos para produção de biogás é uma alternativa que se dissemina no país, trazendo benefícios econômicos, sociais e ambientais. Mas como funcionam esses arranjos?

Eles costumam envolver a colaboração de agricultores, cooperativas, empresas e, em alguns casos, o poder público, visando à geração de biogás a partir do aproveitamento de resíduos orgânicos.

A partir da coleta e processamento de matérias-primas como resíduos agroindustriais e agrícolas, restos de alimentos e dejetos animais, há a produção de biogás e de fertilizantes orgânicos.

A união dos participantes possibilita uma produção em maior escala, compartilhamento de infraestrutura e equipamentos, e acesso a programas de capacitação e de financiamento.

Além disso, fortalece a comunidade e inclusão social, gerando empregos, estimulando o desenvolvimento local, ajudando a promover uma economia circular, de reaproveitamento de resíduos e sustentabilidade ambiental.

Central de Bioenergia de Toledo

Desenvolvida e gerida pelo CIBiogás, a Central de Bionergia de Toledo (PR) tem capacidade para tratamento de dejetos de 41 mil animais provindos da atividade de Suinocultura de15 produtores. Na Central, esse material se transformará em biogás para geração de energia elétrica suficiente para abastecer 1,5 mil residências de médio porte, que é vendida no Mercado Livre de Energia.

Oriundo do processo de biodigestão anaeróbia, há também a produção de 330 metros cúbicos de digestato (biofertilizante), que são distribuídos para os próprios suinocultores e a comunidade. Além disso, a Central também opera de forma híbrida, com painéis fotovoltaicos, sendo que a energia solar gerada é direcionada para a rede de distribuição da companhia de energia elétrica do estado.

O projeto é uma parceria da Itaipu Binacional, que investiu R$ 19 milhões na iniciativa, da Prefeitura do município de Toledo que fez a doação da área para instalação da Central, Itaipu Parquetec e o CIBiogás, que foi responsável pela implantação e operação da planta. Também apoiam a iniciativa a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), e a Associação Regional de Suinocultores do Oeste (Assuinoeste).

Como vimos, os arranjos coletivos para produção de biogás têm grande potencial de crescimento no Brasil. Segundo o Panorama do Biogás no Brasil 2023, 80% das 1.365 plantas de biogás do país utilizam substratos vindos da agropecuária, que geram 809 mi Nm³, correspondente a 20% do volume total de produção.

Assim, os arranjos coletivos despontam como uma opção atraente que traz vantagens ambientais, econômicas e sociais para pequenos produtores rurais e comunidades em que estão inseridos.

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