O mercado de biogás no Brasil vem crescendo, e uma amostra dessa evolução pode ser observada nos dados coletados nos últimos 10 anos sobre essa importante fonte sustentável de energia.

O Panorama do Biogás 2023, publicação do CIBiogás que é referência para o setor, aponta que o número de plantas cadastradas subiu de 130 (2014) para 1.365 (2023). Apenas seis dos 26 estados brasileiros não possuem plantas de biogás (Acre, Roraima, Amapá, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe).

Em 2023, a capacidade instalada superou 4 bilhões Nm³/ano pela primeira vez.  E o cenário tem tudo para melhorar nos próximos anos. 

A atual capacidade instalada de 4,1 bi Nm³/ano deve chegar a 4,6 bi Nm³/ano com a entrada em operação das plantas que estão sendo instaladas, e o Instituto 17 Biogás no Brasil e a Abiogás (Associação Brasileira de Biogás e Biometano) calculam um potencial teórico de curto prazo de 10,8 bi Nm³/ano, e de 84,6 bi Nm³/ano em longo prazo.

Com os investimentos de empresas e consolidação de programas e leis públicas de incentivo, a expectativa é que o biogás e outras fontes naturais que contribuem para impulsionar uma matriz energética mais limpa no Brasil continuem avançando.

Substratos e utilização de biogás

Segundo o estudo do CIBiogás, os substratos utilizados para produção de biogás no país vêm de RSU ou esgoto (63%); indústria (20%) e agropecuária (17%).

A energia elétrica é a principal aplicação, com 57%, seguida de GNR/biometano (38%) e energia térmica (4%). 

Em termos de volume, o estado que lidera é São Paulo, com 1,58 bi Nm³/ano, seguido do Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais. As maiores médias de produção de biogás por unidade são do Rio de Janeiro (29 mi Nm³/ano), Pernambuco (19 mi Nm³/ano) e São Paulo (14 mi Nm³/ano).

A capacidade instalada para a produção de biogás cresceu em média 21% ao ano no acumulado entre 2019 e 2023.

Outros destaques do Panorama do Biogás

– 86% das plantas de biogás geram energia elétrica; 9%, energia térmica; 3%, GNR/biometano; e 0,4%, energia mecânica.
– 57% do volume de produção são para geração de energia elétrica; 37%, para GNR/biometano; 4%, para energia térmica; e 0,1%, para energia mecânica.
– Os estados com o maior número de plantas são o Paraná (404), São Paulo (348), Santa Catarina (122), São Paulo (117) e Goiás (11).
– De 2022 para 2023, os estados com maior percentual de crescimento em relação a plantas de biogás foram o Paraná (54%), Goiás (44%), Rio Grande do Sul (39%), São Paulo (34%) e Rio de Janeiro (27%).

Biometano no Brasil

O biometano também vem se consolidando como um investimento de grande potencial. O produto está se fortalecendo como estratégia de aproveitamento energético do biogás.

Atualmente, são 50 plantas cadastradas no Biogásmap, e a taxa de crescimento anual composta (compound annual growth rate) do volume produzido por elas foi de 27,8%, até chegar aos atuais 580 mi Nm³/ano.

São 23 plantas em operação, seis autorizadas pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e outras 21 em processo de autorização pela agência.